sábado, 17 de outubro de 2015

Separação durante a gestação

Vou contar um pouco da minha história pra vocês.
Minha vida nunca foi um lindo conto de fadas, mas sempre foi ótima. Eu tinha um relacionamento estável (aparentemente) e perfeito, com muito amor, cumplicidade e carinho, não formalizado no papel, mas não deixava de ser um "casamento". Fiquei 8 anos com essa pessoa, dos quais 7 morando juntos. Tínhamos diversos planos como qualquer casal e todos estavam se concretizando aos poucos, faculdade, profissão, compra da casa, móveis novos e finalmente o bebê (tão sonhado e planejado).
Eis que eu engravidei e o momento da descoberta foi feliz para ambos, mas logo na sequencia comecei a achar meu companheiro meio distante, meio alheio a tudo o que dizia respeito a mim e ao bebê. Passava horas no celular, nunca lembrava de nada do que eu falava pois estava sempre distraído, começou a fazer passeios e programas sem mim. Diversas vezes mencionei isso a ele em nossas conversas, mas ele sempre dizia que "não tinha nada a ver", que me amava e blá blá blá. Como ficamos muito sensíveis durante a gestação, cheguei a acreditar que pudesse ser eu quem estivesse achando coisa onde não tinha mesmo.
Os dias foram passando, ele perdeu a avó nesse meio tempo e decidi não tocar mais no assunto para não piorar as coisas. Ele permaneceu distante e eu respeitei, por achar que era só a dor pela perda da avó, até que um dia resolvi perguntar sem rodeios se tinha outra pessoa nessa história, nessas mensagens e nesse afastamento e para a minha surpresa a resposta foi sim. O mundo caiu sobre minha cabeça, foi como se abrissem um buraco imenso no meu peito. Nem lembro mais qual foi minha reação na hora, porque o choque foi grande, fiquei em pânico, chorei como uma criança, sem fôlego.
Dois dias depois de tanto chorar, pensando no bem estar do bebezinho que estava dentro de mim, coloquei algumas peças de roupa no carro e fui para a casa da minha mãe, avisei para ele somente quando já estava lá. Fiquei uma semana tentando entender tudo o que estava acontecendo e falando pouco com ele nesse período. Quando retornei pra casa novamente, surpresa número dois, ele tinha encaixotado todas as coisas dele e estava com a mudança marcada. E assim ele partiu, levando alguns móveis, alguns pertences e o pior de tudo... meu coração.
Tentamos algumas conversas depois disso, mas quanto mais eu falava e mais eu abria meu coração, mais indiferente ele parecia.
Quando ele saiu de casa eu estava com 3 meses de gestação Hoje, aos 7 meses de gestação, continuo sofrendo e chorando feito uma criança sem fôlego.
Meu bebezinho está aqui, crescendo dentro de mim, e é pensando nele que venho tentando buscar forças para superar esse momento tão difícil.
Deus sabe de todas as coisas.

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